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sábado, 14 de janeiro de 2012

Eu perdi o sono e comecei a chorar...

E é na hora da dor que a gente lembra que tem um pai que escuta o nosso choro e acalma nosso coração.
Eu estava aqui chorando e fui passando os canais à procura de algo que me distraísse dessa dor, então achei um filme chamado “a redenção de Sarah Cain”, e me dei conta que também era chegado o meu momento de me redimir.
 Comecei a pedir a Deus paz para o meu coração, que ele apaziguasse esse lamento. Que se não fosse ainda à hora das minhas respostas chegarem, que as perguntas pelo menos diminuíssem. E chorei. Um choro desesperado, incontido e alto. Um choro conformado.
E Deus me ouviu, ele não falha.
A resposta que eu mais precisava chegou as 06h06minm dessa manhã. Não me trouxe alegria, mas me trouxe acalanto e finalmente paz.
Deus sabe de todas as coisas, e sabe que o filho pode ir para o mundo, mas sempre retorna a casa. Ele não é vingativo, e me atendeu, mesmo estando tão longe dele, ele sempre esteve perto de mim.
O meu amor é cheio de erros e problemas.
É imaturo, invasivo e algumas vezes descrente, mas ainda assim é amor. E eu vou lutar até o fim pelo homem que eu amo, porque Deus está comigo.
E mesmo que ao final ele não fique comigo, Deus jamais vai me abandonar.
Amém.

O Amor no colo

A dor não pede compreensão, pede respeito.
Não abandonar a cadeira, ficar sentado na posição em que ela é mais aguda.
Vejo homens que não têm coragem de terminar o relacionamento. Que não esclarecem que acabou. Que deixam que os outros entendam o que desejam entender. Que preferem fugir do barraco e do abraço esmurrado. Saem de mansinho, explicando que é melhor assim: não falar nada, não explicar, acontece com todo mundo.
Encostam a porta de sua casa (não trancam) e partem para outra vida.
Não é melhor assim. Não tem como abafar os ruídos do choro. O corpo não é um travesseiro. Seca com os soluços.
Não é melhor assim. Haverá gritos, disputa, danos. É como beber um remédio, sem empurrar a colher para longe ou moldar cara feia. É engolir o gosto ruim da boca, agüentar o desgosto da falta do beijo.
Será idiota recitar Vinicius de Moraes: "que seja infinito enquanto dure". A despedida não é lugar para poesia.
Haverá uma estranha compaixão pelo passado, a língua recolhendo as lágrimas, o rosto pelo avesso. Haverá sua mulher batendo em seu peito, perguntando: "Por que fez isso comigo?"
Haverá a indignação como última esperança.
Haverá a hesitação entre consolar e brigar, entre devolver o corte e amparar.
Vejo homens que somente encontram força para seduzir uma mulher, não para se distanciar dela.
Para iniciar uma história, não têm medo, não têm receio de falar.
Para encerrar, são evasivos, oblíquos, falsos. Mandam mensageiros.
Não recolhem seus pertences na hora. Voltarão um novo dia para buscar suas coisas.
Não toleram resolver o desespero e datar as lembranças. Guardam a risada histérica para o domingo longe dali.
Mas estar ali é o que o homem precisa. Não virar as costas. Fechar uma história é manter a dignidade de um rosto levantado, ouvindo o que não se quer escutar. Espantado com o que se tornou para aquela mulher que amava. Porque aquilo que ela diz também é verdade. Mesmo que seja desonesto.
Desgraçadamente, há mais desertores do que homens no mundo.
Deveriam olhar fora de si (...)
Descobrir a insuportável e delicada memória que teve um fim, não um final feliz.
Ainda que a dor arrebente, ainda é melhor assim.

Por Fabrício Carpinejar

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