(...)
Não sei dizer. Quando penso desse
jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser
mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um
mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar
quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não
ser continuar vivendo.
Então, que seja doce. Repito todas as
manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos
dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha
cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de
poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para
dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se não fosse nada.
(...)
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
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