Powered By Blogger

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O prazer está na invenção da própria alegria.

Agora me diga você, que vive contraído por causa das pressões sociais, das expectativas alheias, das idéias absurdas de perfeição que foram colocadas na sua cabeça, como é que ainda não se permitiu a conquista do erro? Está aí a chave para uma vida, senão mais feliz, ao menos mais divertida. Porque é do erro que surgem novas soluções. Os desacertos nos movimentam, nos humanizam, nos aproximam dos outros, enquanto que o sujeito nota 10 nem consegue olhar para o lado, não pode se desconcentrar um minuto sob pena de ver seu mundo cair. O mundo já caiu, baby. Só nos resta dançar sobre os destroços. A escritora e filósofa francesa Chantal Thomas certa vez disse que na sociedade moderna há muito lazer e pouco prazer. O fato de você estar passeando, nadando ou comendo não significa que está tendo prazer, talvez esteja apenas obedecendo as leis severas do "tempo livre". O que há de divertido em reservar uma mesa num restaurante da moda para daqui a três meses, em enfrentar filas intermináveis para ver uma exposição de um artista que você nem sabe quem é, em comprar uma bolsa caríssima que logo será vendida a dez reais no camelô e em praticar a ginástica do momento para não ficar desatualizada? Tudo isso são solicitações culturais, imposições de fora. O prazer está na invenção da própria alegria.
(Martha Medeiros - Doidas e Santas)

Arquivo do blog

Pesquisar este blog