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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Eu é que não vou cometer o mesmo erro duas vezes...

Ainda to me recuperando da última tempestade, tem muita coisa fora do lugar esperando por um minuto de organização e eu não vou gastar meu tempo bagunçando o que já está pronto. 
Eu não quero uma pessoa de faz de conta, não quero uma companhia de longe... Eu quero alguém em quem possa pelo menos esperar. Eu quero alguém que me ligue quando diz que vai ligar e que me encontre quando diz que vem me ver. Eu quero alguém que não me troque por um copo de cerveja ou uma noitada com os amigos.
Eu não tenho mais tempo, talento, vontade pra viver aventuras. Eu não tenho mais disposição pra ficar madrugadas inteiras esperando um telefonema que nunca acontece, ou que acontece quando eu finalmente sou vencida pelo cansaço.
Eu não sei gostar da boca pra fora, não sei gostar com a cabeça nem com as pontas do dedo no teclado de um computador. Eu gosto com o coração, com o corpo, eu tenho necessidade do “estar junto”. Eu não suporto quem vive relacionamentos fantasiosos, gente que diz que quer pra garantir.
Talvez eu esteja levando a sério demais, indo além, vendo mais do que realmente é... mas é que eu sou assim, eu sou o agora, eu não sei mentir...

Mas eu também não sei gostar de quem não faz o mínimo por mim!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

PEQUENAS EPIFANIAS

Dois ou três almoços, uns silêncios.
Fragmentos disso que chamamos de “minha vida’:
Há alguns dias, Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus — enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.
Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de “minha vida”. Outros fragmentos, daquela “outra vida”. De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.
Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mau me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.
Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector — Tentação — na cabeça estonteada de encanto: “Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível”. Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece.
De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou — descuidado, também — em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.
Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.
Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.

( Caio Fernando Abreu - O Estado de S. Paulo, 22/4/1986 )

terça-feira, 21 de maio de 2013

Ainda há esperança

O cara dança a noite inteira com uma loira, anda até de mãos dadas com ela. Isso significa que:

(a) - Eles vão ficar
(b) - Eles estão ficando
(c) - Ele é casado e a história vai ser só essa

Claro que a alternativa C é a correta, eu sofro da síndrome dos 10 dedos podres né?
20 tropeiros e eu escolhi o Cavalo capado!
O homem foi mais gentil q meia duzia de namorados, cuidou de mim a noite inteira... e no final simplesmente resolveu avisar que era casado, que não trairia a esposa.
Palmas para mim!
Conheci o homem perfeito, o marido ideal... De outra!
Ele me fez ter esperanças, ainda deve existir um outro cara legal me esperando por aí também!

“Minha mãe me fez um pedido, minha filha deixa de beber, eu disse mamãe faça outro pedido que esse eu não posso atender, cachaça e homem bonito só deixo quando morrer”

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